Editorial:
Contra a barbárie do fascismo neoliberal, Lula presidente!!
O Pavio Curto não tem partido, mas toma partido e, em um ano onde o desafio de derrotar o conservadorismo e o neoliberalismo aliados ao fascismo é a principal pauta colocada, não poderíamos deixar de nos posicionar.
Dentro do nosso coletivo, abrigamos diversas correntes de pensamentos, todas progressistas, anticapitalistas e antifascistas. Não comungamos da ideia simplificada e da necessidade de termos a figura de um “salvador da pátria”. Acreditamos que a verdadeira emancipação da classe trabalhadora e dos oprimidos se faz pela participação e luta coletiva e não pela ideia de que elejo alguém para resolver meus problemas.
O personalismo é um traço da política tradicional que buscamos desconstruir. Ainda está longe o dia em que a população vai estar consciente da importância da política e da sua importância como eleitor e fiscal das ações de seus representantes eleitos. O clientelismo e o assistencialismo, infelizmente, ainda norteiam a decisão do voto de grande parte dos eleitores.
Dito isso, o Pavio Curto estará na campanha pela eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, mas consciente de que a efetiva mudança se faz coletivamente. E de que só haverá justiça social e democracia de verdade com o fim do capitalismo.
O programa de bem estar social implementado por Lula nos mandatos anteriores alavancou a renda, o emprego e o consumo. A política de cotas foi sem dúvida nenhuma um divisor de águas na história do Brasil. Também representou grande avanço a institucionalização de espaços de participação dos movimentos sociais nas conferências e conselhos.
Mas as alianças para se chegar a esse resultado e a falta de uma política de conscientização e educação política da população propiciou o clima para o golpe de 2016 e as condições para a eleição de um governo que afunda o Brasil numa crise brutal e se alimenta dela para tentar manter-se no poder.
Diante da grave e sinistra situação que o Brasil atravessa, as eleições de 2022 são uma grande oportunidade de a soberania popular corrigir os rumos do país. Eleger Lula presidente é o nosso principal objetivo mas não devemos ter ilusões: será uma disputa duríssima, onde o adversário não aceita as regras democráticas e está organizando milícias armadas e digitais por todo o país, sem receio de usar a violência física e as fake news pelas redes.
Para vencer, vamos precisar construir, politizar e organizar uma ampla base de apoio popular, realizar uma campanha de massas para eleger Lula e também homens e mulheres de esquerda para ocupar os governos estaduais, o Senado, a Câmara dos Deputados e as Assembleias Legislativas.
Mas nossa luta por justiça social e por uma sociedade plural e igualitária não terminará nas eleições. Derrotar Bolsonaro é só uma etapa. Prosseguiremos combatendo os conceitos e desvalores que envenenaram nossa sociedade durante esses quatros anos.
Acreditamos que em um governo encabeçado por Lula teremos a oportunidade de trabalhar essa consciência coletiva na população e assim no futuro não nos ancorar mais em salvadores da pátria. Mas também que será um governo em permanente disputa. O avanço de uma programa democrático e popular de reformas estruturais dependerá fundamentalmente da participação, organização e pressão popular. Esse é o compromisso do Pavio Curto!!
Coordenação do Coletivo Pavio Curto
Leia nessa edição:
REPORTAGENS ESPECIAIS:
A história do 1º de Maio
Aniversário do Pavio Curto 21: a opinião de quem alimenta a chama
ARTIGOS:
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Solidão, depressão, empobrecimento e burnout: a “recompensa” dos millenials
Violência no campo: relatório da CPT expõe insegurança de populações na Amazônia
Reforma agrária e programa habitacional urbano
O que cada um de nós pode ou deve fazer pela natureza?
A lista de pacientes e o acesso avançado na atenção básica
Conclat, uma grande oportunidade desperdiçada
CRÔNICA:
O dia que conheci Vinícius de Moraes
COQUETEL POÉTICO:
PaviANOS
Outono e o vento
Olhares, abraços em silêncio
CALENDÁRIO DE CLASSE